BRASÍLIA E CHAPADA DOS VEADEIROS EM UM FERIADÃO: roteiro completo!

Luíza Cipriani
9 min readMar 27, 2021

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O último feriado de Corpus Christi, em junho, caiu em uma quinta feira e, assim, resolvi aproveitar o feriadão de 4 dias para visitar um lugar no Brasil que eu morria de vontade já há tempos: a Chapada dos Veadeiros! Foi um dos lugares mais incríveis que eu já conheci na minha vida e, de quebra, ainda deu pra incluir os principais pontos de Brasília — que também amei! — na mesma viagem.

Neste post, compartilho meu roteiro completo, com muitas dicas e informações de logística para que você possa ter uma experiência tão incrível quanto a minha nesse pedacinho mágico do Cerrado!

ROTEIRO RESUMIDO

DIA 1: Florianópolis — Brasília — Cavalcante

DIA 2: Cachoeiras do Quilombo Kalunga — Alto Paraíso

DIA 3: Feirinha, Cachoeira do Segredo e Vale da Lua

DIA 4: Alto Paraíso — Brasília — Florianópolis

BRASÍLIA

O aeroporto mais perto da região da Chapada dos Veadeiros é o de Brasília (a cerca de 230km). Por isso, fomos de avião de Florianópolis até Brasília e, lá, alugamos um carro (com a Unidas, cujo serviço não recomendo!) para passear até a cidade e, em seguida, conhecer a Chapada. Aqui, vale destacar que é muito importante contratar o seguro, caso você alugue carro, porque as estradas para as atrações da Chapada são todas de barro, normalmente bem esburacadas, então é melhor garantir para o caso de acontecer alguma coisa!

Em Brasília, passamos no total duas tardes: uma no dia da chegada e outra no dia de ir embora. Durante esse tempo, aproveitando-o bem, deu para conhecer todos os principais pontos turísticos da cidade, que são:

  • Congresso Nacional
  • Palácio do Planalto
  • Supremo Tribunal Federal
  • Panteão da Pátria Tancredo Neves
  • Espaço Lúcio Costa
  • Catedral de Brasília
  • Memorial JK
  • Palácio da Alvorada

Eu, particularmente, gostei muito de todos e recomendo a visita, principalmente para quem gosta de história, arquitetura ou política!

CHAPADA DOS VEADEIROS

De Brasília, seguimos viagem para a Chapada dos Veadeiros, região que abrange várias cidadezinhas. As principais delas, quando se trata de turismo, são Alto Paraíso, Cavalcante e São Jorge.

Na primeira noite, ficamos em Cavalcante, por ser mais perto da comunidade de onde saem os passeios para a Cachoeira Santa Bárbara e Candaru. Nas outras 2 noites ficamos em Alto Paraíso, no Babaçu Hostel, que achei ótimo!

Cachoeiras do Quilombo Kalunga (Santa Bárbara e Candaru)

Uma peça fundamental da Chapada dos Veadeiros é o Quilombo Kalunga, que é formado por várias comunidades sustentadas principalmente pelo turismo e em cujo território se encontram cachoeiras maravilhosas, sendo 3 abertas para visitação: Candaru, Capivara e Santa Bárbara (a mais famosa).

Para visitá-las, é obrigatório o acompanhamento por um guia membro do Quilombo Kalunga — é uma forma incrível de gerar emprego e renda para os moradores dali, incentivar o ecoturismo de base comunitária e ainda aproximar o turista da realidade do local que está visitando. O guia pode ser contratado na bilheteria da comunidade mesmo, onde também se compra o passeio, ou por meio de contato prévio, que foi o que preferimos.

Chegando na pousada em Cavalcante, pedimos indicação de guia local para nos levar ao passeio, e nos foi sugerida a guia Alenir (celular: (62) 996148973), cujo trabalho foi impecável do início ao fim! Entramos em contato com ela e às 3:40 da manhã (sim!) Alenir nos esperava na frente da nossa pousada. No total, fomos em 8 hóspedes e cada um pagou R$ 25,00 para o dia inteiro de passeio com a Alenir.

Para chegar até a comunidade (Engenho II) onde iniciam os passeios para as cachoeiras, são 30km de estrada de barro desde o centro de Cavalcante, o que leva em torno de 1 hora por conta dos muitos buracos. O trajeto até lá é feito com os carros dos próprios turistas, em um dos quais a guia pega carona.

Chegando lá, ainda de madrugada, são entregues senhas na entrada, que determinam a ordem que cada pessoa vai ser chamada para comprar os ingressos para o passeio. O motivo para se chegar tão cedo, porém, é que o número de visitantes é limitado em 300 por dia e as senhas distribuídas por ordem de chegada. Quando eu fui, era feriadão de Corpus Christi e às 6:00 da manhã já tinham acabado as senhas! Além disso, quanto antes você pegar a senha, antes vai ser chamado para comprar os ingressos e consequentemente começar o passeio, ou seja, pode aproveitar melhor o dia (já que o parque fecha às 17:00).

Obs.: A bilheteria, para troca das senhas pelos ingressos, só abre às 7:00. Nesse meio-tempo, a maioria das pessoas aproveita para ficar dormindo no carro enquanto espera.

Na hora de comprar os ingressos, depois de ser chamado pela senha, você deve escolher quais das cachoeiras quer visitar entre as três opções: Santa Bárbara (a mais famosa), Capivara e Candaru. Você pode escolher todas, 2 ou apenas 1, mas ressalto que fica um pouco cansativo fazer as 3 no mesmo dia. Na minha opinião, o ideal é escolher 2. Eu escolhi visitar a Santa Bárbara e a Candaru, e o ingresso para as duas juntas custou R$ 45,00.

Antes de sair para o passeio, peça para seu/sua guia reservar o almoço para você! Tem vários restaurantes na comunidade que servem, em geral, buffet livre com alimentos orgânicos plantados ali mesmo no quilombo. É mais uma forma de incentivar a economia local e ainda saborear uma comida deliciosa. Eu almocei no restaurante Auriana, que custou R$30,00 o buffet livre e estava tudo maravilhoso!!

Para ir da bilheteria até o início da trilha, há duas opções: ir caminhando ou de pau de arara (um caminhãozinho rústico). Caso você opte por essa última opção (eu optei), custa R$ 5,00 a ida + R$ 5,00 a volta para a Cachoeira Santa Bárbara e R$ 10,00 a ida + R$ 10,00 a volta para a Candaru.

Depois disso, é só seguir o guia nas trilhas (que são relativamente curtas e de nível fácil) até as cachoeiras e aproveitar o máximo possível. Elas são maravilhooosas e tem uma energia muito boa!

Não se esqueça de passar repelente e protetor solar (o sol do Cerrado não perdoa!) e de levar água, chapéu e lanchinhos, já que normalmente o almoço fica para depois da visita de duas cachoeiras (por volta das 15:00).

Depois do dia maravilhoso que tivemos no Quilombo Kalunga, seguimos para a cidade de Alto Paraíso, por ficar mais perto dos locais que pretendíamos visitar no dia seguinte.

Feirinha, Cachoeira do Segredo e Vale da Lua

São tantas as opções de passeio para se fazer na Chapada dos Veadeiros que fica até difícil escolher, mas para o segundo dia decidimos visitar a Cachoeira do Segredo e o Vale da Lua, e só tenho a dizer que foi uma decisão acertadíssima!

Mas antes disso, acordamos bem cedo e fomos conhecer a Feira do Produtor Rural de Alto Paraíso. Por volta das 7:00 já estávamos lá experimentando vários sucos com frutas típicas do cerrado, comidinhas veganas maravilhosas e comprando castanha de bauru. Eu amo incluir no roteiro feirinhas assim sempre que possível e recomendo muito também! É uma ótima forma de conhecer os produtos típicos da região e ainda incentivar o comércio e os produtores locais!

Em seguida, fomos até o Centro de Atendimento ao Turista (CAT) de Alto Paraíso, e lá fechamos com um guia local o passeio do dia para a Cachoeira do Segredo e o Vale da Lua, nessa ordem.

A estrada até o estacionamento da cachoeira é de barro e beeem esburacada, tem que tomar muito cuidado! Chegando lá, pagamos a entrada (R$40,00) e seguimos uma trilha de nível fácil até a cachoeira. De quebra, no meio da trilha tem umas piscininhas naturais lindíssimas, onde é possível parar para tomar banho.

Chegando na cachoeira, é impossível não se impressionar. É gigante, imponente, maravilhosa! Valeu muito a pena conhecer e recomendo demais!

Importante registrar, porém, que a Cachoeira do Segredo não tem acesso fácil o ano inteiro. Fomos na época de seca e, na época de chuvas e cheias dos rios, soube que o acesso precisa ser feito por uma trilha bem maior, então caso você pretenda visitar a Chapada nessa época, se informe sobre isso!

Em seguida, fizemos uma pausa para o almoço em São Jorge, município que fica mais perto do Vale da Lua. Lá, almoçamos no restaurante Sabor do Cerrado, que serve um buffet de comida caseira simples mas delicioso!

Dali, seguimos para o Vale da Lua, já com o sol de pondo no final da tarde. Foi um dos lugares mais lindos que eu já conheci na minha vida, e só tenho a dizer que não pode ficar fora do roteiro de quem vai pra Chapada!

ONDE FICAR

Nos hospedamos no Babaçu Hostel, em Alto Paraíso, e recomendo muito! Tinha a opção de quarto compartilhado ou privativo. Acabamos optando pelo privativo, que era bem espaçoso, limpo e confortável. Além disso, tinha cozinha disponível para ser usada pelos hóspedes, o que nos ajudou muito! O fato de ter garagem também essencial para nós, que estávamos conhecendo a Chapada de carro.

ONDE COMER

Já recomendei ali em cima o restaurante Sabor do Cerrado, em São Jorge, e o Auriana, no Quilombo Kalunga. Além desses, eu AMEI o restaurante Cravo e Canela, no centrinho de Alto Paraíso! Fui lá mais de uma vez, experimentei várias opções e era tudo impecável, salivo só de lembrar! Para quem é vegetariano, vegano ou tem intolerâncias, é o paraíso na terra, mas considero parada obrigatória para todo mundo.

QUANTOS DIAS FICAR

Como dito lá em cima, decidi visitar a Chapada em um feriadão. Foi a minha primeira vez na região e a conclusão que eu cheguei quanto ao número de dias ideal para conhecer a Chapada dos Veadeiros é que não, sinceramente, não dá para quantificar. A Chapada é enorme, com incontáveis atrações, sendo impossível conhecer tudo em uma viagem só, independentemente do número de dias. Não sou muito de voltar nos lugares que já conheci, mas confesso que a Chapada dos Veadeiros é um lugar para ir e voltar inúmeras vezes, porque sempre vai ter algum lugar lindo a ser descoberto esperando por você!

Espero que você tenha gostado do post e, para qualquer dúvida, estou a disposição por aqui ou pelas outras redes sociais. Se quiser saber mais, me acompanhe no instagram (@wheresluiza), onde eu posto várias informações e dicas sobre a minha viagem a Brasília e à Chapada dos Veadeiros e muitas outras!

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Written by Luíza Cipriani

Viagens, livros e outras coisas mais. // 24, Florianópolis

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