Meu roteiro completo: AMAZONAS!
O Amazonas nunca foi uma prioridade entre os lugares que eu queria visitar. Porém, eu e minha família decidimos fazer uma viagem para um lugar relativamente perto nas férias de julho e, em meio à curiosidade do meu pai de conhecer o Teatro Amazonas, à vontade da minha mãe de se hospedar em uma pousada flutuante e à uma promoção da Azul (rs) escolhemos nosso destino!
Pareceu aleatório de início, mas hoje posso dizer que foi uma escolha 100% acertada. Foi INCRÍVEL conhecer esse estado lindo do nosso país e por isso escrevi esse roteiro para que outras pessoas possam ter uma experiência maravilhosa como eu tive!
Este roteiro está dividido por dias, nos quais eu detalho mais informações sobre cada um dos lugares visitados. Foram no total 9 dias de viagem (incluídos os dias de chegada e partida) passando por Manaus, Presidente Figueiredo e a Pousada (flutuante) Uacari. Achei o número de dias da viagem bem adequado e é o que recomendo. Este roteiro também inclui dicas de onde se hospedar, onde e o que comer e muito mais!
ROTEIRO RESUMIDO
DIA 1: Florianópolis — Manaus (Ponta Negra)
DIA 2: Manaus — Pousada Uacari
DIA 3: Pousada Uacari
DIA 4: Pousada Uacari
DIA 5: Pousada Uacari
DIA 6: Pousada Uacari — Manaus (Museu do Seringal)
DIA 7: Manaus — Presidente Figueiredo — Manaus
DIA 8: Manaus (Passeio Encontro das Águas)
DIA 9: Manaus (centro histórico) — Florianópolis
ROTEIRO DETALHADO
DIA 1: RESTAURANTE REGIONAL E ORLA DE PONTA NEGRA
Chegamos em Manaus perto da hora do almoço e fomos almoçar no restaurante O Lenhador (Av. do Turismo, 2371), onde são servidos pratos regionais, como: ensopado de carne de jacaré, tartaruga e seus acompanhamentos (especialidade da casa), caldo de piranha, pirarucu recheado com banana pacovã e costela de tambaqui…overdose de comidas exóticas! A sobremesa também não deixava a desejar: pudim de tapioca, doce e creme de cupuaçu, entre outras muitas coisas boas. É imperdível um almoço ali pra quem vem a Manaus e tem interesse em conhecer a culinária regional. O atendimento é ótimo e o restaurante fica a menos de 10 minutos do aeroporto. Importante: só funciona pra almoço! Todos os dias, das 11:00 às 16:00, com opção de buffet livre ou a quilo.
Saindo de lá, seguimos para o Tropical Manaus EcoResort: o MAIOR hotel que eu já vi na vida, tipo dimensões de aeroporto! É visivelmente uma construção bem antiga que preserva traços e arquitetura coloniais. Esse não é um hotel que eu recomendo ficar para quem quiser explorar a cidade a pé, pois apesar de ficar em uma região bem bonita é longe do centro! Nos hospedamos lá por apenas 1 noite porque no dia seguinte voltaríamos ao aeroporto, que fica a uns 15 minutos de carro do hotel. Assim, valeu a pena pela oportunidade de conhecermos uma parte diferente da cidade!
De brinde, o hotel é localizado no final da praia de Ponta Negra. Saindo do hotel, fica a orla da praia, que tem uma vista linda da Ponte e do Rio Negro. Essa é uma das praias mais famosas e mais frequentadas pelos amazonenses, e tem uma infraestrutura bem boa, com calçadão, barraquinhas (IMPERDÍVEL: picolé de cupuaçu da Glacial!!) e até uma praça com banquinhos bem fofos. Fomos lá para ver o por do sol e foi muuito bonito!
DIAS 2, 3, 4 e 5: POUSADA FLUTUANTE UACARI
Uma visita ao Amazonas, na minha opinião, só é completa para quem se aventura em meio à Floresta Amazônica, o maior tesouro do nosso país. Há diversas opções de pousadas ou hotéis chamados “de selva” para quem quer conhecer mais sobre a parte de natureza do estado, mas a que eu ouvi mais recomendações foi de longe a Pousada Uacari! Pra chegar lá tem que pegar um avião de Manaus para Tefé e são oferecidos pacotes com 3, 4 ou 7 noites (escolhemos o de 4). Foi com certeza um dos lugares mais impressionantes que eu já fui na minha vida e recomendo de olhos fechados pra todo mundo, sério! Todas as informações para visitar a floresta e a pousada você pode encontrar reunidas neste post: Pousada flutuante no meio da Amazônia
DIA 6: TAMBAQUI DE BANDA, MUSEU DO SERINGAL, TEATRO E TACACÁ
Nos despedimos da Pousada Uacari bem cedo e partimos para o Aeroporto de Tefé. Pouco antes do almoço estávamos chegando em Manaus e fomos direto para o Hotel Villa Amazônia…e gente, sério, que hotel sensacional! Pra começar, a localização não tem como ser melhor: bem ao lado do Teatro Amazonas e do centrinho da cidade. Além disso, o hotel é lindo e oferece um café da manhã maravilhosooooo com vários pratos regionais! Pra completar, o prédio do hotel foi construído na época do ciclo da borracha e, por causa disso, a arquitetura da fachada (o interior foi reformado e modernizado) é do mesmo estilo do Teatro Amazonas e do Palácio da Justiça. Tudo nesse hotel é impecável, recomendo muito pra quem for a Manaus!
Para almoçar, fomos em um restaurante que fica na mesma praça do Teatro Amazonas, bem pertinho do hotel! O nome é Tambaqui de Banda, devido ao principal prato servido na casa (é uma metade ou “banda” de tambaqui, peixe típico da região). Além disso, eles também servem um dos melhores pratos que eu comi na viagem, chamado “Caboquinho enrolado”! É uma pasta de pirarucu (outro peixe típico da região) com cream cheese enrolado em banana frita e essa combinação que parece meio estranha fica incrivelmente deliciosa!! O nome do prato é uma referência ao sanduíche típico do Amazonas que é o X-Caboquinho, feito com pão de trigo, banana pacovã, lascas de tucumã (fruta típica da Amazônia) e queijo coalho. Recomendo muito e voltaria sem pensar duas vezes!
Ps: se você quiser experimentar o tradicional X-Caboquinho, recomendo a Padaria Lindopan, bem movimentada e frequentada pelos locais!
Depois de almoçar fomos conhecer o Museu do Seringal, mais um lugar imperdível pra quem for a Manaus! Lá, aprendemos na prática sobre o Ciclo da Borracha, que foi importantíssimo para a história da região Norte. Contei tudinho sobre o que aprendi e como chegar lá nesse outro post: Museu do Seringal: o registro da exploração.
Obs: Por questões práticas, recomendo visitar o museu no mesmo dia em que for conhecer a Orla de Ponta Negra, já que a Marina do Davi (onde se pega o barco para ir até o museu) fica mais próxima de lá. No meu caso não tivemos tempo de fazer isso pois fomos conhecer a orla logo quando chegamos em Manaus e já não daria mais tempo já que o museu fecha às 16:00. Por isso resolvemos reservar uma tarde para ir com mais calma, mesmo saindo do centro da cidade.
Ao final do dia, resolvemos assistir a um espetáculo no Teatro Amazonas! Naquela noite, a apresentação homenageava o aniversário de 120 anos do teatro e a entrada era gratuita. O teatro recebe espetáculos com bastante frequência e é um ótimo programa para se fazer a noite na cidade!
Para terminar o dia com chave de ouro, fomos experimentar um dos pratos mais típicos da culinária da região Norte: o tacacá! É um caldo de tucupi (líquido amarelo que resulta da prensa da mandioca pra fazer farinha) misturado com goma de tapioca, camarão e folhas de jambu (uma planta amazônica com pequenas flores que deixam a língua dormente). É servido bem quente em cuias. Bem em frente ao Teatro Amazonas tem o Tacacá da Gisela, o mais famoso de Manaus. Não deixe de experimentar!
DIA 7: BATE E VOLTA A PRESIDENTE FIGUEIREDO
Um lugar lindo para conhecer quando estiver em Manaus é uma cidade próxima chamada Presidente Figueiredo, conhecida como a terra das cachoeiras! Para ir até lá alugamos um carro e a viagem durou cerca de 1 hora e meia.
O primeiro lugar que conhecemos lá foi uma das cachoeiras mais famosas da cidade: a cachoeira de Iracema. A entrada na área custa R$ 10,00 por pessoa e o local é bem cuidado.
Logo em frente à cachoeira de Iracema fica a Gruta Galo da Serra. É uma formação rochosa de arenito que é incrível ver de perto!
Outro lugar lindo demais para conhecer em Presidente Figueiredo é a Caverna Refúgio do Maroaga, uma formação rochosa de onde desce uma queda d’água. Pra chegar lá é preciso estar acompanhado de um guia oficial da cidade (que você pode encontrar no próprio local) e fazer uma pequena trilha pela mata (leve repelente!). Vale super a pena o passeio!
De volta a Manaus, jantamos em um dos restaurantes de culinária regional mais famosos da cidade: o Banzeiro, que eu recomendo DEMAIS pra quem for pra lá! A ideia lá é servir pratos regionais em formas mais sofisticadas e com muito sabor e qualidade, e sério, tem tanta coisa boa e diferente no cardápio que fica até difícil escolher! De aperitivo, pedimos formiga saúva (SIM, é de verdade!) com espuma de mandioquinha, que é servido em colheres individuais. De prato principal pedimos camarão flambado no conhaque com molho cremoso de catupiry, acompanhado de arroz com brócolis e batata palha. Tava tãooo bom que dá água na boca só de lembrar! Pra fechar, pedimos dadinho de tapioca com doce de leite e estava sensacional! Costuma ser movimentado, então é bom reservar com antecedência.
DIA 8: PASSEIO ENCONTRO DAS ÁGUAS
O passeio mais turístico em Manaus (daqueles 100% turistão mesmo!) é o Encontro das Águas. É um passeio de dia inteiro cuja principal atração, como o próprio nome sugere, é ver o encontro entre os rios Negro e Solimões, que juntos formam o Rio Amazonas. Os dois rios possuem temperatura, densidade, taxa de acidez, velocidade e composiçao diferente, fazendo com que não se misturam completamente por cerca de 6km e formando um espetáculo incrível da natureza!
Além disso, no passeio geralmente está incluído um almoço no restaurante flutuante Rainha da Selva, visita a uma comunidade indígena e “nado” com os botos. Para mim, a única atração que valeu a pena foi ver o encontro das águas e é o único que eu recomendo.
Isso porque, na minha opinião, não achei a visita à comunidade indígena agradável; me senti aquele tipo de turista que visita comunidades como se estivesse visitando um zoológico e não gostei de fazer parte disso. Ainda mais depois de ter visitado uma comunidade ribeirinha na Reserva Mamirauá e ter visto que experiências como esta podem, sim, ser educativas, agradáveis e respeitosas (se você quiser saber mais sobre a visita à comunidade ribeirinha clique aqui!).
O “nado” com os botos, por sua vez, se resumia a uma pessoa segurando um peixe na mão enquanto turistas aguardavam em volta para que os botos viessem. Quando vinham, dava de ver claramente que estavam muito nervosos com a presença de tanta gente ao redor e também não achei isso agradável, tanto é que não quis entrar na água. Sem mencionar, além disso, que esta prática afeta diretamente o equilíbrio ecológico da região já que aqueles botos, acostumados a receber aquela comida, interrompem o percurso natural da cadeia alimentar.
Em Manaus há diversas empresas de turismo que fazem o passeio (é só jogar no Google que vão aparecer várias), mas em geral os locais visitados são sempre os mesmos então basta se ater à diferença de valor. O passeio nos custou R$ 300,00 para 3 adultos e uma criança, mas não vou indicar aqui a empresa com que fiz porque não gostei muito do serviço, achei que o guia deixou muito a desejar por causa das poucas informações que nos passou.
DIA 9: TEATRO AMAZONAS E PALÁCIO DA JUSTIÇA
No nosso último dia em Manaus começamos a manhã fazendo uma visita guiada ao Teatro Amazonas, o principal ponto turístico da cidade e parada indispensável para quem vai a Manaus! O teatro é o maior símbolo do ciclo da borracha, período que marcou muito a história da região Norte e do Brasil. O lugar é liiindo e tem muita coisa para ensinar! Você pode conferir todas as informações sobre o teatro e a visita guiada nesse meu outro post: Teatro Amazonas: o tesouro brasileiro que todo mundo deveria conhecer.
Em seguida, literalmente só atravessamos a rua atrás do Teatro e já estávamos no antigo Palácio da Justiça, que hoje em dia é um museu que nos mostra várias curiosidades, principalmente da história política do Amazonas. A entrada é grátis, com direito a uma excelente visita guiada. Mais um lugar com muita cultura e história em Manaus que super recomendo conhecer!
Saindo do Palácio, pegamos nossas malas no hotel e seguimos para o aeroporto, nos despedindo desse estado brasileiro maravilhoso com muito mais conhecimentos do que quando chegamos. Visitar o Amazonas é uma viagem que recomendo pra todo mundo que quer conhecer coisas novas e ter experiências incríveis dentro do nosso próprio país, e já aviso: a pessoa que você é quando vai para o Amazonas não é a mesma de quando você volta. Afinal, qual o objetivo de viajar se não esse?
Para qualquer dúvida sobre o roteiro estou a disposição por aqui ou pelas outras redes sociais! Se quiser mais dicas, me acompanhe no instagram (@wheresluiza), onde tem várias informações sobre essa e outras viagens!