THEATRO MUNICIPAL DO RIO DE JANEIRO: muita arte, história e arquitetura!
Um dos pontos centrais do Rio de Janeiro e localizado na cabeceira da famosa Cinelândia, o Theatro Municipal encanta qualquer um que passe pela sua frente. É maravilhoso e, além disso, tem muita história pra contar! Por isso, resolvi fazer este post para registrar e compartilhar algumas informações que aprendi na visita guiada por lá!
O Theatro foi construído no contexto de reforma do Rio, realizada pelo então prefeito Pereira Passos na primeira década do século XX com o objetivo de modernizar a cidade. Ele morou em Paris no final do século XIX e, por isso, se inspirou na arquitetura de lá para a reforma na capital brasileira da época. Entre as construções a serem criadas como parte da obra estava o Theatro Municipal.
Para escolher o artista responsável pelo projeto do novo Theatro, fez-se uma competição entre dois candidatos: um era o renomado arquiteto francês Albert Guilbert, e o outro era ninguém menos que o filho do prefeito. Por influências políticas, acabou-se dividindo a obra: o filho do prefeito projetou o interior do Theatro, enquanto o francês projetou a parte externa. Foi inaugurado em 1909, completando 110 anos em 2019!
Como outras construções daquele período, também integrantes do projeto de modernização da cidade, quase todos os materiais utilizados no Theatro foram importados, pois não eram produzidos aqui na época. A estrutura é de origem inglesa, os mármores vieram da Itália e as pedras verdes e beges no corrimão são originárias da Argélia e trabalhadas na França. Além disso, chama a atenção também a composição por vários estilos artísticos diferentes, reunidos harmoniosamente em um mesmo espaço.
O corredor principal é preenchido por bustos de pessoas importantes para a história do teatro, como Pereira Passos (já explicado ali em cima), Arthur Azevedo (quem mobilizou as pessoas e autoridades para a construção do teatro), João Caetano (um dos primeiros atores brasileiros a nível profissional) e Carlos Gomes (um dos primeiros músicos brasileiros a ser reconhecido no âmbito internacional).
Os vitrais do segundo andar, logo em frente às escadas, representam a tragédia, a comédia e a música. No teto, Apolo, o deus das artes, da poesia e da música na mitologia grega é posicionado e representado como protetor. É curioso registrar que, apesar de ser uma referência à mitologia grega, os vidros ali utilizados são de origem alemã.
Tudo o que vimos até aqui é lindo, mas o verdadeiro espetáculo, como o nome indica, se dá na Sala de Espetáculos! Hoje tem capacidade para aproximadamente 2300 assentos, mas quando foi inaugurado tinha apenas 1700. Na década de 30, a sala foi reformada justamente com o objetivo de aumentar sua capacidade, motivo pelo qual a quantidade de camarotes nas laterais foi reduzida para dar mais espaço a poltronas comuns.
Aliás, vale notar, achei que este teatro guarda profundas semelhanças com o Teatro Amazonas, sobre o qual falei em outro post aqui no blog! Isto se dá principalmente pelo período em que foram construídos (final do século XIX/início do XX) e, mais ainda, pela forte inspiração francesa para a arquitetura e design de ambos. Além das duas salas de espetáculos serem visualmente muito parecidas, nos dois teatros os camarotes imediatamente ao lado do palco remetem à função social do lugar para a época, onde os cidadãos mais abastados iam para serem vistos, e não tanto para verem os espetáculos. Por isso, não se importavam com o fato de que a visão de palco daqueles camarotes é a pior de todas, desde que fosse o local mais visto pelo resto do público. Até hoje, inclusive, o Theatro Municipal tem camarotes reservados para o presidente e o governador do Rio de Janeiro.
O Theatro Municipal ainda se encontra em intensa atividade, com várias apresentações ao longo do ano. A única exceção para isso acontece em janeiro e fevereiro, período de férias de quem trabalha ativamente nos espetáculos. Nessa época, aproveita-se para fazer as manutenções necessárias no prédio.
Enfim, adorei conhecer o Theatro Municipal do Rio de Janeiro e me encantei demais pela sua beleza, principalmente na parte externa. Recomendo muito a visita guiada para quem tiver oportunidade e quiser aprender mais sobre a história e arquitetura do local. Custa R$20,00 o ingresso inteiro para a visita ou R$10,00 a meia. Para mais informações sobre a visita guiada, horários e programação dos espetáculos, dê uma conferida no site do Theatro!
Espero que você tenha gostado do post e, para qualquer dúvida, estou a disposição por aqui ou pelas outras redes sociais. Se quiser mais dicas, me acompanhe no instagram (@wheresluiza), onde eu posto várias informações e dicas sobre a minha viagem ao Rio de Janeiro e muitas outras!