VISITA À CASA DE CULTURA MÁRIO QUINTANA — Porto Alegre, RS

Luíza Cipriani
4 min readFeb 14, 2023

--

Um dos pontos turísticos mais famosos de Porto Alegre é a Casa de Cultura Mário Quintana, e não é por acaso: o local é riquíssimo em história e muita coisa já aconteceu por lá, motivo pelo qual decidi fazer este post para registrar o que aprendi na visita.

A história começa em 1913, quando Horato de Carvalho, o primeiro proprietário do terreno, decidiu fazer uma grande construção ao estilo europeu no local — influenciado pelas muitas viagens que fazia por ser açucareiro. Nessa época, a rua ainda era bem abandonada, até que Theo Wiederspahn, arquiteto alemão, é contratado por aquele para projetar a construção almejada.

Planta do Hotel, projetada pelo arquiteto Theo Wiederspahn.

O projeto, porém, foi logo barrado pela prefeitura porque suas passarelas eram inovadoras demais para o contexto portoalegrense, ainda não acostumado com aspectos da arquitetura europeia. Por esse motivo, o início da obra atrasou e só foi finalmente iniciada em 1916. A construção levou 15 anos para ser concluída.

As polêmicas passarelas e a cor exclusiva da Casa de Cultura.

Conectada por passarelas, a construção foi dividida em dois prédios diferentes, um dos quais passou a funcionar como um hotel (chamado Hotel Majestic) de sete andares. O local logo virou famoso na cidade e referência na área de hotelaria. Vale notar que até hoje o piso e os desenhos no teto dos andares são os originais.

Teto e piso do prédio, ainda originais.

O Hotel Majestic atingiu a sua época áurea entre os anos 1930 e 1970, mas acabou indo à falência em 1980. Por esse motivo, ambos os prédios foram leiloados e comprados pelo banco Banrisul, que queria detoná-los. Houve, no entanto, uma forte movimentação popular contra essa possibilidade, que por esse motivo acabou por ser descartada e a propriedade, por sua vez, adquirida pelo Estado.

Com isso, o hotel é fechado nos anos 80 para uma reforma interna, finalizada nos anos 90. Também foi nessa época que os dois prédios, até então de coloração cinza, foram pintados com a atual cor rosácea, cuja tonalidade é exclusiva do local.

A partir da reinauguração, o local passou a funcionar como Casa de Cultura, que recebeu o nome de Mário Quintana como homenagem ao hóspede que morou durante 12 anos (1968–1980) no Hotel Majestic. Quintana era escritor, jornalista e tradutor, e ainda estava vivo quando o espaço ganhou seu nome.

Reconstituição do quarto no qual Mário Quintana morou entre 1968–1980.

Atualmente, a Casa de Cultura também dispõe do acervo Elis Regina, que conta com toda a sua discografia e diversas fotos marcantes. Isso se deve a uma homenagem feita pelo dono da Casa, que era amigo pessoal da cantora gaúcha. O acervo tem o grande mérito de demonstrar o caráter crítico e militante da artista, além de ressaltar seu talento e grandiosidade para a música brasileira.

Parte do Acervo Elis Regina.

Vale notar, por fim, que a Casa atualmente funciona como museu e também como espaço cultural, onde acontecem diversos eventos, oficinas e as mais diversas exposições. Além disso, o seu terraço é uma atração a parte, não deixe de dar uma passadinha lá em cima se visitar o local!

Terraço da Casa de Cultura Mário Quintana.

Espero que você tenha gostado do post e, para qualquer dúvida, estou a disposição por aqui ou pelas outras redes sociais. Se quiser saber mais, me acompanhe no instagram (@wheresluiza), onde eu posto várias informações e dicas sobre a minha viagem a Porto Alegre e muitas outras!

--

--

Luíza Cipriani
Luíza Cipriani

Written by Luíza Cipriani

Viagens, livros e outras coisas mais. // 24, Florianópolis

No responses yet